RESPIRAÇÃO E FOSFENISMO

O Fosfenismo estudando os efeitos da respiração ritmada.

RESPIRAÇÃO

Respirar, é viver! A respiração é uma das nossas funções vitais mais importantes. É ela que oxigena o sangue e por conseguinte o cérebro. Ora podemos colocar a nossa respiração sob controlo consciente. Uma respiração ampla e distendida traz grandes benefícios ao corpo e ao espírito. Permite retardar o ritmo cardíaco, oxigenar melhor o sangue, acentuar as trocas celulares. No plano mental, calma o espírito, torna mestre das suas emoções, acentua a concentração.

O controlo da respiração utiliza-se desde há milénios. Um dos oito princípios do yoga de Patanjali é o pranayama, sânscrito prâna «a respiração» e yama «controlo». Os exercícios de pranayama permitem enviar cada vez mais de prâna ao cérebro para assegurar sempre um maior controlo do mental. É perante as descobertas em fisiologia cerebral de Francis LEFEBURE, médico e investigador francês, que estudámos os efeitos da respiração ritmada. Graças à utilização sistemática dos fosfénos, o Dr. LEFEBURE desenvolveu um protocolo de exploração do cérebro: a Cerebroscopia que lhe permitiu medir precisamente o impacto no cérebro dos exercícios de respiração, criando assim um yoga cientificamente melhorado: o Fosfenismo.

Os fosfénos são todas as sensações luminosas subjetivas que não são produzidas diretamente pela luz que estimula a retina. Podem ser provocados por curtas fixações de fontes luminosas.
O Dr. LEFEBURE mostrou que o fosféno era uma reversão para o interior do sentido da vista, assim como o acuféno é uma reversão para o interior do sentido da audição. Com efeito, a cada sentido físico corresponde um sentido interno, todos formando um segundo sistema sensorial: o sistema fénico. A mistura do pensamento com um féno é o exercício básico do Fosfenismo e constitui provavelmente o verdadeiro sentido Pratyahara ou reversão da atividade sensorial para o interior. Existe também o féno da respiração, ou pneumoféno, que se estimula mantendo ligeiramente uma «sede de ar».

No seu livro, A respiração rítmica e a concentração mental, de 1966, o Dr. LEFEBURE notou que a função respiratória é a que nos põe em contacto com o exterior de maneira permanente. De resto, o nosso ritmo respiratório altera-se incessantemente em função do meio: lento e regular durante o nosso sono, acelera-se sob o efeito das nossas emoções e em certos casos, pode mesmo parar completamente, sob o efeito de uma má notícia. A segunda observação é importante: «de todas as funções da nossa vida vegetativa, só uma obedece à nossa vontade, é a respiração». Assim, a função respiratória estabelece uma relação entre o exterior e a nossa vida psíquica.

Insistindo na importância do ritmo, mostrou que o ritmo amplificava o pensamento: «a respiração rítmica é o estado fisiológico mais favorável a certas atividades do pensamento». Sincronizando o ritmo do pensamento e o da respiração, obtemos uma transferência da energia física em energia psíquica.

Como médico, o Dr. LEFEBURE interessou-se primeiro aos efeitos desta energia psíquica sobre a doença. Relata de resto um caso de cura de esclerose em placa por este método. Mas muito rapidamente, interessa-se aos efeitos iniciáticos da respiração ritmada. Se o fosféno associado a um pensamento dá a este uma intensidade notável, é do mesmo modo para a respiração ritmada que alimenta o pensamento de prâna, que lhe dá um brio, uma densidade inigualáveis.
A Cerebroscopia e a Sincrofonia permitiram ao Dr. LEFEBURE descobrir a importância do ritmo dos dois segundos para a atenção das faculdades superiores: intelectuais, morais, psíquicas e espirituais.

Exercícios de respiração ritmada: a respiração quadrada

Regule o seu metrónomo sobre 60, ou seja uma pulsação por segundo.
Faça um fosféno.
Inspiração durante 4 segundos.
Retenção pulmões cheios durante 4 segundos.
Expiração durante 4 segundos.
Retenção pulmões vazios durante 4 segundos.
Continue o ciclo assim até à extinção do fosféno (três cerca de minutos).
Volte a fazer um fosféno e recomece o ciclo do início.
Visualize um ponto luminoso que gira nos seus pulmões durante as fases de retenção.
Este número de  segundos não é dado que a título indicativo, outros valores podem ser utilizados. O importante é a regularidade precisa das fases.

A respiração circular

Similar à respiração quadrada, distingue-se pelo desaparecimento das fases de retenção com um débito variável durante a inspiração e a expiração. É uma espécie de respiração quadrada cujos ângulos teriam sido arredondados.
Regule o seu metronómo sobre 60, ou seja uma pulsação por segundo.
Faça um fosféno.
Inspire durante 4 segundos começando devagar seguidamente aumentando progressivamente o débito.
Continue a inspirar 4 segundos, mas reduzindo progressivamente o débito até ao ponto onde não inspira quase mais.
Expire 4 segundos começando devagar seguidamente aumentando progressivamente o débito.
Continue a expirar 4 segundos, mas reduzindo progressivamente o débito até ao ponto onde não expira quase mais.
Durante a respiração, visualize um ponto luminoso que gira nos pulmões.
Continuem o ciclo assim até à extinção do fosféno (cerca de três minutos).
Volte a fazer um fosféno e recomece o ciclo do início.
O número de 4 segundos é dado apenas a título indicativo. Com um pouco de treino pode-se fazer mais 6-8-10-12 e mesmo mais.